segunda-feira, 6 de maio de 2013

BANDA MISANTROPIA HARDCORE SIMPLES E DIRETO


MISANTROPIA é uma banda formada em 1991 na cidade de Maceió/ AL é a banda mais antiga da cena Punk Hardcore em atividade no estado de Alagoas. O som dos caras é o verdadeiro Punk Hardcore, simples, direto e politizado.


1º. A formação da Misantropia é a mesma desde o início?  
R: A formação da banda sofreu algumas mudanças durante esses 22 anos de existência. Em 1998 deixamos de ser um quarteto e viramos um trio. A última mudança ocorreu em 2009 quando Wagner (baterista) saiu da banda porque se mudou para São Paulo. Atualmente a Misantropia é formada por Sandney (vocal/guitarra), Júnior (baixo) e Ives (bateria). 

2º. Atualmente o Brasil conhece melhor a Cena Nordestina e esta ocorrendo uma permuta de informações entre todas as regiões. Vocês concordam com isto?   
Foto: Álbum de Yves Toledo
Júnior (baixo), Sandney (vocal/guitarra) e Yves Toledo (bateria)
R: Sabemos que hoje em dia é bem mais fácil ter acesso ao que vem sendo produzido pelas bandas de todo o mundo, a internet quebrou várias barreiras nesse sentido. 
É muito mais fácil gravar e divulgar o que é produzido, como também é mais fácil ter informações sobre as bandas das diversas regiões do país. No entanto ainda vemos um fluxo maior de bandas das regiões sul e sudeste vindo tocar no nordeste do que as do nordeste fazendo o caminho contrário. Há mais canais de comunicação, no entanto isso não abriu espaço para as bandas da cena nordestina.

3º. Qual a opinião da Banda sobre a homofobia?   
R: As pessoas precisam aprender a respeitar as escolhas de seus semelhantes. A opção sexual é algo que só diz respeito ao próprio indivíduo, o que importa é que ele se sinta feliz com a sua escolha. 
A homofobia é um sentimento/preconceito resultante da nossa ignorância, como o é  racismo, a xenofobia e a crença de alguns que se consideram superiores aos demais. Isso é algo que deve ser combatido tanto nas outras pessoas quanto em nós mesmos.

4º. Na Misantropia quais são as influências principais?   
R: Musicalmente são mais ligadas ao Punk/HC, no entanto o metal, jazz, bandas instrumentais e algumas outras vertentes que escutamos terminam nos influenciando. É algo que pode não ser diretamente percebido no som da Misantropia, mas que termina refletindo de alguma forma no que fazemos.

5º. Como anda a Cena em Maceió e região... Têm ocorrido eventos?   
R: Costumamos dizer que a Cena em Maceió é cíclica, temos períodos com um grande número de eventos, às vezes mais de dois por mês, e outros nos quais os shows se tornam algo extremamente raro. 
Atualmente o ritmo aumentou um pouco, há um volume razoável de eventos ocorrendo. Alguns grupos e pessoas estão bem ativas e isso tem refletido em outras cidades. Em Arapiraca e Palmeira rolaram e vão rolar alguns eventos interessantes e isso possibilita um intercâmbio legal entre as bandas.
Podemos destacar o trabalho que vem sendo feito pelo Coletivo Popfuzz, pela galera que fez parte da FVM e uma outra galera que recentemente trouxe a Egregora para Maceió. Agora em julho esse mesmo pessoal vai organizar o show da Tuna.
Vale ressaltar que vários eventos extrapolam a questão musical promovendo debates, palestras e discussões que levam todos a refletir sobre questões muito relevantes.

6º. Tive a oportunidade de presenciar a Banda em apresentação no IX Festcore em Aracajú/SE. Vi quando Sandney emprestou a sua guitarra ao Luiz da Cessar Fogo... Fale um pouco sobre a união na Cena, isto ocorre realmente?  
R: Há uma camaradagem entre bandas, mas não é algo que ocorre entre todas as bandas e entre todas as pessoas. Com relação a equipamentos alguns são bem caros e muitas pessoas preferem não emprestá-los, por outro lado existem pessoas que pegam um equipamento emprestado e não têm muito cuidado. 
Nós já vimos situações na cena de muito altruísmo e fraternidade, no entanto também já vimos situações de extremo egoísmo e falta de respeito ao próximo. O que sabemos é que ainda temos um longo caminho pela frente até sermos tão bons e perfeitos quanto pregamos e desejamos que outros sejam. Entre a ideologia e a ação há, muitas vezes, um grande abismo.

7º. Comentem um pouco sobre a caminhada da Banda.  
2º Alternativo Rock - Canindé de São Francisco/SE- 2008
R: Nesses anos de banda nós quebramos a cara algumas vezes, tivemos muito mais alegrias do que decepções e acreditamos que evoluímos um pouco como pessoas. O principal é que não nos arrependemos da escolha que fizemos e ainda temos muita disposição para continuar na batalha com a banda. Programamos ficar tocando até alguém da banda completar 60 anos, o que nos dá no mínimo mais vinte anos pela frente. Estamos com as músicas novas prontas, gravadas, o estúdio esta trabalhando na mixagem. A velha pretensão de organizar um pequeno giro pelo nordeste continua em nossas mentes, mas reconheço que falta uma movimentação mais efetiva da nossa parte nesse sentido.

8º.  Qual a visão da Misantropia sobre o nosso país?              
R: Ainda acreditamos que o mundo tem jeito, não só o Brasil. Analisando a situação sabemos que aqui temos muitos problemas, há muitas coisas erradas e muita miséria, talvez um nível maior do que em outros locais, mas em todo o mundo o homem deixa suas marcas e cria várias mazelas que precisam ser combatidas e extirpadas. Ainda hoje pessoas morrem de fome, guerras são feitas e vidas são tiradas a troco de nada. A natureza sofre continuamente pela ação impensada da raça humana e já podemos perceber as conseqüências dos nossos atos. 
Provavelmente não estaremos vivos para curtir o mundo que tanto sonhamos, mas temos que ir fazendo a nossa parte sabendo que a principal revolução tem que acontecer diariamente dentro de nós.

9º. O espaço é livre para vocês, fiquem a vontade!                             
2º Alternativo Rock - Canindé de São Francisco/SE - 2008
R: Antes de querermos mudar o mundo precisamos saber que temos que nos revolucionar continuamente. Não será por meio de palavras, por meio de atos violentos ou apenas apontando os erros que iremos provocar algum tipo de mudança. O faça o que eu mando, não faça o que eu faço é algo que não se sustenta. Outro ponto extremamente importante está ligado à questão de que precisamos nos instruir, adquirir conhecimento e ter um senso crítico muito apurado. Não devemos parecer com papagaios que apenas reproduzem palavras e idéias sem saber o que elas significam e representam, nem muito menos devemos nos considerar donos da verdade.
Beto, muito obrigado pela força... Paz, saúde e Anarquia para todos.

CONTATO
Sandney Farias da Cunha
Rua Santa Isabel, nº. 250 – Casa 2.
Barro Duro- Maceió – AL - Cep 57045-310
sandneyfarias@hotmail.com

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Obrigado! Brevemente teremos a banda Morra Tentando/Maceió, Ataque Cardíaco/Delmiro Gouveia, Hatend/Paulo Afonso entre outras.

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